A
nova "esquerda" entra numa paranoia eleitoral tão grande, uma
preocupação com o poder tão grande, que é incapaz de qualquer defesa a
pessoas que são oprimidos ou sofrem injustiças de governos que não sejam
do PSDB ou alguma coisa parecida, como é o caso dos atingidos pela
copa. Veem o mundo segundo a lógica "se todo mundo falasse isso,
perderíamos a eleição" e se tornam por isso tão insensíveis ao
ideário clássico da esquerda, as minorias e os oprimidos que não são
contemplados pelos seus programas ou políticas públicas, que agem como
aqueles que eles criticam.
É possível resolver tudo de uma vez?
Não. Eles vão um dia chegar até essas pessoas a quem hoje eles não
chegam? É possível que sim. Mas fingir de cego e surdo com vistas
eleitorais é digno de reprovação sempre e não torna o país melhor.
Avanços "nunca dantes" conquistados são centenas e só a nova "esquerda"
poderia traze-los agora, fato. Mas não somente disso que se trata e
fazer política não se resume a isso.
Aí eles se perguntam: "mas,
cara, você vai votar em quem então? Nos tucanos?!". Óbvio que não. Mas,
novamente, não é somente disso que se trata. Política não é "em quem eu
você vai votar", mas o que você defende, pelo que você luta. Os partidos
gastam milhões em propaganda, ninguém precisa ser refém da eleição e
não ser livre para expressar sua opinião.
(Belo Horizonte, 27/04/2014)
Já perdi muitas anotações em gavetas. Este blog deve ser mais seguro! A academia, o trabalho argumentativo, a pesquisa bibliografica (com certeza, muito importantes), quase nos impedem de fazer filosofia, de pensar livre e interdisciplinarmente. Temas outros, por vezes mais importantes, ficam excluídos por falta de tempo, de percepção e vontade. Esses escritos são aquilo que não quis deixar perder no fundo da gaveta e da vida, mesmo sob o risco de ser bobo, como todo pensamento embrionário é.
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