domingo, 14 de agosto de 2011

Um parágrafo para um estudo sobre valor cognitivo da arte


Ao observar, por exemplo, a fotografia de Chaplin e a multidão (acima), me vêm várias coisas na cabeça. Coisas que remetem a indústria cultural, as guerras mundiais, o americanismo, o american way of life, a alegria e liberdade artística, a submissão das pessoas, o sistema de estrelato, a idolatria... e talvez várias outras coisas que eu não consiga nem encontrar uma palavra chave. Eu não sei exatamente o porquê a fotografia me remete a tais coisas (talvez não saber, nesse caso, seja a alma do negócio). Mas com certeza, ela agrega algum tipo de conhecimento ao que eu sei sobre aquelas coisas; não um conhecimento em sentido da epistemologia, discursivo, mas algo sensível. É provável que se eu não tivesse um conhecimento prévio acerca de tais assuntos que a fotografia me remete, ela não passaria de percepção; então esse tipo de conhecimento o deixaria de ser – no caso da indústria cultural isto fica bem óbvio, e também, saber que é Chaplin, pois me faz adivinhar a época.


(Ouro Preto, 11 de julho de 2011)

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